Para Minc, haverá resistências a medidas Como O GLOBO antecipou domingo, quase metade do cerrado já foi desmatado. Segundo o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, 48,2% dos 2.039.386 km² de todo o cerrado já viraram plantações de grãos, cana, carvão ou pasto. Minc anunciou ontem o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no cerrado, semelhante ao implementado na Amazônia.
- Talvez a gente tenha demorado para despertar para o drama dos outros biomas. Com certeza isso deveria ter sido feito mais cedo - admitiu.
Com investimentos previstos de R$ 400 milhões até 2011, o plano entra em consulta pública até 10 de outubro. Em parceira com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) será criado o Deter (Detecção do Des matamento em Tempo Real) do cerrado. Haverá ações específicas para os 60 municípios que concentram 33% do desmate. Há promessa de ampliar as áreas protegidas. Hoje, 7,5% do cerrado estão em Unidades de Conservação.
A meta é chegar a 10% até o final de 2010.
- A resistência a essas medidas vai ser maior do que na Amazônia porque no Cerrado está concentrado grande parte do agronegócio - previu Minc.
Um dos principais argumentos do ministério para tentar salvar o que resta do cerrado é o potencial energético da região.
As três principais bacias hidrográficas brotam no local e outras sete passam por ali.
Segundo o diretor de Conservação da Biodiversidade do órgão, Braulio Dias, metade do potencial hidrelétrico do país está no bioma.
Segundo o governo, as emissões de CO2 com a queima do bioma já equivalem às geradas pela destruição da Amazônia.
Entre 2002 e 2008, a derrubada do cerrado emitiu 350 milhões de toneladas de CO2
Fonte: O Globo